27 setembro 2005

considerações sobre o coeficiente de transparência do vidro

Me ocorreu que talvez o primeiro texto tenha soado por demais grandiloquente. Se foi o caso lamento, pq não consigo imaginar algo mais impróprio a um blog do que pretensões de grandiloquência. A característica indelével de qualquer blog é sua relativa insignificância, a forma como constitui uma ótima metáfora da nossa condição no mundo: a de afogados nesse oceano de informações, nutrindo ainda que de forma velada a esperança de sermos ouvidos, enquanto escutamos muito mal aquilo que nos chega aos ouvidos, e tentamos pracariamente reinterpretar, recodificar essas informações adaptando-as ao conjunto das nossas vivências. Mas ninguém precisa, à essa altura, de uma nova teoria da modernidade. Ou se isso se faz necessário não serei eu, obviamente, a fornecê-la. Portanto fico por aqui. Quero falar de outras coisas.

Em primeiro lugar gostaria de agradecer à todos que de alguma forma se interessam pelo blog, dizer-lhes que é um prazer tê-los por aqui. Sinceramente.

Em segundo gostaria de falar do caráter geral do blog. Algumas pessoas já tinham me incentivado à criar um, mas como já disse, sempre achei algo meio constrangedor. Quando entrava (raramente) em determinados blogs quase chegava a ficar sem graça (rss), tamanha a exposição gratuita da vida íntima de quem o mantinha. Exposição essa que na maioria das vezes sequer soa convincente, o que torna a coisa duplamente patética. Então, isso é tudo o que eu
não quero fazer nesse blog. É óbvio que vou estar sempre me expondo, falando sobre coisas que amo ou odeio, dando minha opinião sobre o que me vier à cabeça e publicando contos que talvez não seriam publicados de outra forma (ou por serem ruins ou por excederem o espaço de que dispomos no zine Demo Cognitio rss). Não é esse o problema. O que vocês não encontrarão aqui é uma demonstração gratuita da minha intimidade, algo como um diário carregado de sucessivos desabafos. Primeiro pq isso só diz respeito à algumas pessoas, e segundo pq ninguém quer saber disso ora bolas. Às vezes é um saco ouvir alguém lançando sobre vc suas intimidades sem que haja entre vocês uma real intimidade correspondente. Pelo menos eu acho.

ao som de radiohead, "amnesiac"

1 Comments:

At 1:29 PM, Blogger mundosdevidro said...

rsss obrigado giovanna, q bom q vc tem gostado. já estou tomando providências quanto ao aspceto visual. na verdade tô pensando em algo bem simples, minimalista mesmo, só pra personalizar. qto à grandiloquência, nao sei bem o q dizer sobre isso, não é minha intenção rs espero q isso nunca seja sinônimo de "afetado". brigadu pelo carinho.

para quem nao sabe Hayden White é um intelectual estadunidense que pesquisa as relações entre história e narratividade.

 

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