referendo
Essas são as primeiras linhas que escrevo sobre o assunto. Não escrevi antes pq tava pensando e só de última hora consegui me decidir. No entanto, uma vez tomada minha decisão, não tenho dúvidas de ter feito a melhor escolha, ou pelo menos a mais coerente com o que penso. Eu pensei em votar não, movido pelo argumento de que o estado não é capaz de arcar com a segurança pública. Esse pensamento está fundamentado sobre um pessimismo que tenta a todos nós num país em que a violência é uma questão tão desastrosa. Mas por outro lado, desde o começo, achei que o sim representava um passo importante no esforço de criar uma nova mentalidade contra a violência. Desistir do papel do estado na administração da segurança pública e chamar essa responsabilidade para si cria um sério impasse: em todo estado democrático de direito está pressuposto que este é um papel do governo. Como deixar de confiar no estado nesse âmbito e continuar mantendo-o em todos os outros? Não se trata obviamente de confiança num sentido melodramático, mas sim formal, ou seja: ou atribuímos ao estado os papeis que lhe competem (portanto, confiemos nele) e o pressoinamos para que arque com essa responsabilidade ou desistamos de vez do estado e passemos a viver em coletivos ou cooperativas. Como não sou anarquista optei pela primeira opção e votei sim.
2 Comments:
Ufa!!!!!
Eu sabia que a sensatez iria reinar em sua mente.. rs...
Pelo menos tentamos...
estive relendo isso aqui e o termo "confiar", aplicado ao estado, pode causar uma série de mal-entendidos. é preciso repetir: trata-se de confiar do ponto de vista FORMAL, ou seja, não abrir mão de atribuir ao estado as funções que lhe são cabidas por definição. essa visão não é compatível com qualquer forma de comodismo, antes pressupõe a constante pressão popular no sentido de que o governo arque com as responsabilidades de um governo instituído. se não nos dispomos à uma revolução, ou a derrubar o governo de alguma forma, estamos deixando subentendido que lhe damos um voto de confiança, se não ao governo x, ao menos ao governo enquanto FUNÇÃO. ou seja, não desistimos do estadodemocratico de direito. se vamos chamar para nós a responsabilidade da segurança de vemos chamar todo o resto e mandar o governo pras cucuias, o que é, ovciamente, inviável.
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