22 março 2007

"He has left us alone but sometimes shafts of light grace the corners of our rooms"

São abismos, aqueles segundos. Mas, de margem a margem, um silêncio diz o tempo. Aquele silêncio que já é o tempo que passou veloz e, agora sabemos, não parará. E destruirá em seu ventre tudo o que fomos e sonhamos; ou fará de nossa boca terra fértil, seio de Deusa, toque de Santo.


Outrora precipitaram-se em abismos tão escuros que, agora, quando se fez dia por um instante, nâo restam dúvidas: é luz aquilo que vêem e que ficará queimado na memória como a única fonte possível de salvação.

Nossa reverência não será um clarear de palavras, um desnudar da verdade. Será a assunção radical do silêncio cristalino que vimos – aquela vida que tremula diante de nossos olhos como um feixe de forças.

E se chamará coragem cada fôlego que vier.

E virá.

A isso chamam graça, os cristãos. E nós ainda não encontramos palavra melhor.

1 Comments:

At 7:55 PM, Blogger Hictor Vector Ackellem said...

Você é muito bom com escrita, acho que tem que seguir carreira de escritor mesmo!Sinto-me envergonhado com meu português chulo...

 

Postar um comentário

<< Home